A verdade é que muitas empresas ainda vivem um ambiente de trabalho onde cada decisão parece sufocar a criatividade, processos rígidos limitam a inovação e a motivação se dissipa na burocracia do dia a dia. Não é à toa que o management 3.0 tem sido tão discutido por líderes da alta gestão.
Isso porque ainda é bastante comum que muitas empresas operem sob o antigo paradigma do management 1.0, onde comando e controle eram os principais pilares. Mesmo com a introdução de ferramentas de gestão no management 2.0, como o Balanced Scorecard (BSC), muitos gestores ainda lutam para reverter problemas de desmotivação e sobrecarga de trabalho.
Por isso, a ideia do management 3.0 é que a liderança apoie para que a colaboração seja incentivada e cada colaborador se sinta valorizado e empoderado para contribuir com suas ideias.
Quer saber tudo sobre o management 3.0? Então continue a leitura que eu te conto!
Management 3.0 é uma abordagem de gestão moderna que coloca as pessoas no centro das organizações, valorizando o empoderamento e a colaboração dos colaboradores.
Criada por Jurgen Appelo e apresentada em seu livro “Management 3.0 – Agile Developers, Developing Agile Leaders”, essa metodologia surgiu como uma evolução dos modelos anteriores de gestão (management 1.0 e 2.0), que se baseavam em estruturas rígidas de comando e controle e na implementação de ferramentas de gestão como o Balanced Scorecard (BSC).
O management 3.0 vê as empresas como redes dinâmicas onde a interação humana e o trabalho em equipe são fundamentais para o sucesso. Essa abordagem enfatiza a importância de motivar intrinsecamente os colaboradores, promovendo ambientes de trabalho onde eles possam se sentir valorizados e engajados.
Além disso, management 3.0 incentiva a liderança distribuída e a adaptabilidade, permitindo que as organizações sejam mais flexíveis e inovadoras em um mundo em constante mudança.
Appelo destaca em sua obra que é necessário ver organizações como sistemas vivos, não como máquinas. Ou seja, as empresas são sistemas complexos e até imprevisíveis, que possuem suas próprias dinâmicas.
Dessa forma, ele destaca que existem 6 princípios da management 3.0 que precisam funcionar de forma harmônica. São eles:
Alinhar restrições significa definir limites claros dentro dos quais a equipe pode operar livremente. Pense nisso como criar uma caixa de areia para crianças: elas podem brincar e criar livremente dentro da caixa, mas não podem sair dela.
No contexto empresarial, isso significa estabelecer metas e diretrizes claras para que os colaboradores saibam o que é esperado deles, mas dando-lhes liberdade para decidir como alcançar esses objetivos.
Por exemplo, uma empresa pode definir um orçamento para um projeto e os prazos a serem cumpridos, mas permite que a equipe decida quais ferramentas usar e como dividir as tarefas.
Energizar pessoas envolve criar um ambiente de trabalho que motive e inspire os colaboradores.
Isso pode ser feito reconhecendo e celebrando suas conquistas, promovendo um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal, e oferecendo oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
Por exemplo, uma empresa pode implementar um sistema de reconhecimento onde os colegas podem agradecer uns aos outros por contribuições específicas, como um “mural de kudos” onde mensagens de agradecimento são publicadas.
Outro exemplo claro é o sistema de bonificação. Embora discuta-se muito que os colaboradores (principalmente os mais jovens) estão interessados em motivações além do dinheiro, esse tipo claro de remuneração variável ajuda sim a motivar as pessoas.
Empoderar times significa dar autonomia às equipes para tomar decisões e assumir responsabilidades. A lógica é que as pessoas se tornem autogerenciáveis.
Ou seja, cada colaborador sabe do seu papel e sabe o que é esperado dele, sem precisar de cobranças, apenas alinhamento.
Dessa forma, em vez de microgerenciar, os líderes confiam nas habilidades e no julgamento de seus times, incentivando-os a inovar e encontrar soluções.
Um exemplo prático é permitir que a equipe de desenvolvimento de software escolha suas próprias metodologias de trabalho, como Scrum ou Kanban, e tome decisões sobre o design do produto com base no feedback dos usuários.
Desenvolver competências é investir no crescimento e aprendizado contínuo dos colaboradores. Isso pode incluir treinamentos, workshops, mentorias e outras formas de desenvolvimento profissional.
É importante destacar aqui, que esse tipo de desenvolvimento envolve tanto as hard skills quanto também as soft skills.
Por exemplo, uma empresa pode oferecer cursos online gratuitos para seus funcionários aprenderem novas habilidades ou organizar sessões de treinamento interno onde especialistas compartilham seu conhecimento com a equipe.
Aumentar as estruturas refere-se à criação de sistemas e processos que suportem a colaboração e a comunicação dentro da organização. Isso pode incluir a implementação de ferramentas de gestão de projetos, como Trello ou Asana, e a promoção de reuniões regulares para alinhamento e feedback.
Um ponto importante no management 3.0 é que, como é esperado que esse crescimento aconteça, é fundamental que seja com consciência. Ou seja, nada de metas inatingíveis ou cobrança excessiva.
Por exemplo, uma empresa pode estabelecer um processo de “retrospectiva” semanal onde a equipe discute o que funcionou bem, o que poderia ser melhorado e como ajustar as estratégias para a próxima semana.
Melhorar tudo é o princípio da melhoria contínua, onde a organização está sempre buscando maneiras de otimizar processos, produtos e a própria cultura de trabalho. Isso envolve a coleta constante de feedback, a análise de dados e a implementação de mudanças incrementais.
Além disso, como é esperado que melhorias aconteçam, será fundamental ter espaço para errar. É errando que se aprende, e é aprendendo que se evolui.
Um exemplo seria uma empresa de manufatura que adota a metodologia Kaizen, onde os funcionários são incentivados a sugerir pequenas melhorias no processo de produção, resultando em ganhos de eficiência ao longo do tempo.
Management 3.0 só tem esse nome, porque ele teve antecessores, que foram desenvolvidos e aplicados em contextos do passado. Para entender o que o 3.0 tem de diferente dos seus antecessores, eu te explico na ordem:
O management 1.0 é o modelo tradicional de gestão que dominou o mundo empresarial por décadas e está presente ainda em muitas empresas tradicionais. Ele é caracterizado por uma estrutura hierárquica rígida, onde o controle e a obediência são fundamentais.
Neste sistema, a autoridade está concentrada no topo da pirâmide organizacional, e as decisões são tomadas pelos líderes, enquanto os funcionários seguem ordens sem muita autonomia.
Este modelo surgiu durante a Revolução Industrial, quando a eficiência na produção em massa e a minimização de custos eram prioritárias. As empresas precisavam de processos padronizados e de uma gestão que garantisse a conformidade e a execução precisa das tarefas.
Dessa forma, o objetivo do management 1.0 era maximizar a produtividade e garantir que os trabalhadores cumprissem suas funções de maneira consistente. No entanto, com o tempo, ficou claro que esse modelo apresentava várias limitações, especialmente em relação à motivação dos funcionários.
Assim, a falta de envolvimento e de autonomia resultou em desmotivação, alta rotatividade (turnover) e pouca inovação. Em um mundo em constante mudança e cada vez mais competitivo, as empresas começaram a perceber que precisavam de um novo modelo de gestão que abordasse essas deficiências.
Posteriormente, o management 2.0 surgiu como uma resposta às limitações do modelo anterior, introduzindo ferramentas e práticas de gestão que buscavam reciclar e resolver os problemas do management 1.0.
Este novo modelo incorporou conceitos como o Balanced Scorecard (BSC), Six Sigma e gestão de qualidade total. O objetivo era criar sistemas de gestão mais flexíveis e adaptáveis, que pudessem não só melhorar a eficiência, mas também aumentar a satisfação dos funcionários e fomentar a inovação.
Assim, no management 2.0, a ênfase ainda estava em processos e controles, mas com um reconhecimento crescente da importância dos colaboradores. Ferramentas como o BSC permitiram que as empresas alinhassem suas atividades com a visão e a estratégia, medindo o desempenho de uma maneira mais holística e equilibrada.
Além disso, a introdução de práticas de melhoria contínua e de gestão de qualidade ajudou a criar um ambiente onde os funcionários eram encorajados a identificar e resolver problemas, aumentando a eficiência e a qualidade dos produtos e serviços.
No entanto, apesar dessas melhorias, o management 2.0 ainda mantinha algumas das estruturas hierárquicas e controles rígidos do modelo anterior, o que limitava o potencial completo dos colaboradores. A necessidade de um modelo ainda mais centrado nas pessoas e mais adaptável às rápidas mudanças do mercado levou ao desenvolvimento do management 3.0.
Esse novo paradigma visava não só melhorar os processos, mas transformar a maneira como as empresas viam e tratavam seus funcionários, reconhecendo-os como o ativo mais valioso e como agentes de mudança dentro da organização.
Originada no desenvolvimento de software com o Manifesto Ágil em 2001, a gestão ágil prioriza a entrega rápida e contínua de valor aos clientes. Ela enfatiza a colaboração constante com os clientes, a adaptação rápida às mudanças e a melhoria contínua por meio de ciclos curtos de desenvolvimento, conhecidos como sprints.
Nele, as equipes ágeis são autônomas e multifuncionais, o que significa que têm todas as habilidades necessárias para completar um projeto sem depender de outros departamentos. O principal objetivo da gestão ágil é aumentar a eficiência e a qualidade do produto, reduzindo o tempo de resposta às necessidades do mercado.
No entanto, a gestão ágil se concentra mais em como os projetos são gerenciados e entregues, e menos em como a organização como um todo é gerida. Ela oferece uma estrutura para equipes de projeto, mas não aborda amplamente a cultura organizacional ou o desenvolvimento pessoal dos colaboradores fora do contexto dos projetos.
Por outro lado, o management 3.0 vai além da gestão de projetos e busca transformar toda a cultura organizacional. Ele vê as empresas como redes de pessoas onde todos são líderes em potencial e promove a ideia de que a gestão é uma responsabilidade coletiva.
Enquanto a gestão ágil foca na eficiência e na entrega rápida, o management 3.0 enfatiza o empoderamento dos colaboradores, o desenvolvimento de competências e a criação de um ambiente de trabalho saudável e motivador.
Por exemplo, enquanto uma equipe ágil pode usar metodologias como Scrum ou Kanban para gerenciar seu trabalho, uma organização que adota o management 3.0 implementaria práticas como Delegation Poker para discutir e decidir sobre a delegação de tarefas e responsabilidades, ou usaria Kudo Cards para reconhecer e celebrar as conquistas dos colegas.
A gestão 3.0 traz uma série de benefícios para as organizações, principalmente por seu enfoque nas pessoas e na criação de um ambiente de trabalho mais colaborativo e inovador. Te apresento alguns desses benefícios:
Um dos principais benefícios do management 3.0 é o aumento do engajamento dos colaboradores. Ao valorizá-los e empoderá-los, os funcionários se sentem mais motivados e envolvidos com o trabalho.
Assim, eles passam a enxergar seu papel na organização de maneira mais significativa, contribuindo com ideias e participando ativamente na tomada de decisões. Esse maior engajamento se traduz em maior produtividade e menor rotatividade de funcionários.
O management 3.0 cria um ambiente propício para a inovação. Dessa forma, ao encorajar a experimentação e a aprendizagem contínua, os colaboradores se sentem à vontade para testar novas ideias e abordagens.
Além disso, a liderança distribuída e a autonomia das equipes permitem que a inovação ocorra em todos os níveis da organização, resultando em produtos e processos mais eficientes e criativos.
Em um mundo em constante mudança, a capacidade de adaptação é crucial. O management 3.0 promove a flexibilidade organizacional ao permitir que as equipes tomem decisões rápidas e ajustem suas estratégias conforme necessário.
Assim, a abordagem ágil e a ênfase na melhoria contínua ajudam as empresas a se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e às novas demandas dos clientes.
Outro benefício significativo é o foco no desenvolvimento de competências dos colaboradores. O management 3.0 incentiva o aprendizado e o crescimento profissional, oferecendo oportunidades de treinamento, workshops e mentorias.
Isso não só melhora as habilidades individuais, mas também fortalece a capacidade da equipe como um todo, preparando-a para enfrentar desafios futuros com mais confiança e eficácia.
O management 3.0 promove uma cultura de melhoria contínua, onde todos estão constantemente buscando maneiras de otimizar processos e aumentar a eficiência.
A coleta constante de feedback e a análise de dados ajudam a identificar áreas de melhoria e implementar mudanças incrementais que, ao longo do tempo, resultam em ganhos significativos de desempenho e qualidade.
O STRATWs One é uma poderosa ferramenta de gestão estratégica que incorpora os princípios do management 3.0, ajudando as organizações a criar um ambiente de trabalho mais colaborativo e eficiente.
Com funcionalidades que promovem a autonomia e a colaboração, o STRATWs One permite que as equipes trabalhem de forma mais integrada, facilitando a comunicação e a tomada de decisões descentralizadas.
Além disso, a ferramenta oferece diversas metodologias de gestão, como o Balanced Scorecard (BSC), que ajudam a alinhar as ações da equipe com os objetivos estratégicos da empresa, garantindo que todos estejam na mesma direção e trabalhando em prol de metas comuns.
O STRATWs One também possui uma robusta solução de gestão de talentos, essencial para o desenvolvimento e empoderamento dos colaboradores, conforme preconizado pelo management 3.0. Com módulos específicos para avaliação de desempenho, planos de desenvolvimento individual (PDIs) e gestão de competências, a ferramenta facilita o crescimento contínuo dos funcionários e o reconhecimento de suas conquistas.
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