Nos últimos anos, o tema saúde mental no trabalho se tornou super comum nas rodinhas de conversas. E não é à toa. Em meio a rotinas aceleradas e a pressão constante por resultados, profissionais de todas as áreas estão enfrentando desafios como burnout, estresse crônico e desmotivação.
De acordo com um estudo recente da Gallup, cerca de 44% dos trabalhadores globalmente apresentaram níveis altíssimos de estresse diário, o que tem impactado diretamente na produtividade e no bem-estar geral no trabalho.
Dessa forma, empresas que têm se atentado sobre a saúde mental no trabalho dos seus colaboradores estão mostrando estarem um passo à frente.
Isso porque quando as organizações oferecem suporte psicológico, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e criam uma cultura de bem-estar, elas não apenas reduzem os índices de absenteísmo e turnover, mas também aumentam o engajamento e a satisfação dos funcionários.
Se você está querendo dar esse passo na empresa que você trabalha, creio que este conteúdo vai te ajudar com alguns bons insights. Quer ver? Confira!
Saúde mental no trabalho refere-se ao bem-estar emocional, psicológico e social dos colaboradores no ambiente de trabalho.
Ela afeta a forma como as pessoas pensam, sentem e agem em relação às pressões do trabalho, seus colegas e suas responsabilidades. Dessa forma, manter uma boa saúde mental no trabalho é fundamental, pois influencia diretamente a produtividade, a satisfação profissional e a qualidade de vida.
Em contrapartida, quando a saúde mental é negligenciada, surgem problemas como o burnout, desmotivação e até transtornos mais graves, como ansiedade e depressão.
Hoje, muitas empresas estão mais focadas do que nunca em metas ambiciosas e eficiência. Embora isso seja necessário para a sobrevivência em mercados cada vez mais competitivos, essa pressão frequentemente resulta em um ambiente de alta exigência para os colaboradores.
A consequência direta desse cenário é o aumento do burnout, que é o estado de exaustão física e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Esse quadro se tornou tão comum que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconheceu o burnout como um fenômeno ocupacional.
Essa pressão por resultados não só afeta diretamente o desempenho dos funcionários, como também impacta profundamente sua saúde mental. Segundo um estudo da American Psychological Association (APA), trabalhadores com problemas de saúde mental no trabalho apresentam um aumento no absenteísmo e na queda de produtividade.
Empresas que pressionam excessivamente por resultados acabam criando ambientes de trabalho tóxicos, onde os colaboradores se sentem sobrecarregados e desmotivados.
E as organizações que compreendem isso estão se destacando no cenário atual.
Todo aquele cenário de pressão constante e estresse diário tem popularizado o surgimento de muitos termos que são apresentados como transtornos mentais ou doenças que estão sendo associadas à saúde mental no trabalho.
A seguir te apresento algumas delas:
O burnout é um dos transtornos mais conhecidos e está diretamente ligado ao estresse crônico no ambiente de trabalho. Ele se manifesta por meio de exaustão física e emocional, despersonalização (sensação de distanciamento das próprias atividades) e baixa realização profissional.
Segundo a OMS, o burnout já foi reconhecido como um fenômeno ocupacional, o que significa que ele está diretamente relacionado ao contexto do trabalho, o que pode sim acarretar em afastamento de colaboradores e danos indenizatórios relacionados.
Colaboradores que enfrentam longas jornadas de trabalho, pressão constante por metas e falta de apoio emocional estão mais propensos a desenvolver essa síndrome.
A ansiedade é outro transtorno mental comum em ambientes de alta pressão. No contexto de trabalho, ela pode ser causada por demandas excessivas, prazos apertados e a insegurança de não conseguir atingir metas.
De acordo com a American Psychological Association (APA), a ansiedade afeta diretamente a produtividade dos funcionários, levando a um aumento no número de faltas e queda no desempenho acarretando em problemas crônicos na empresa de absenteísmo.
Sintomas comuns incluem nervosismo constante, dificuldade de concentração, insônia e até crises de pânico.
A depressão também tem sido frequentemente associada ao estresse e à sobrecarga de trabalho.
Esse transtorno afeta não só a saúde mental no trabalho, mas também a capacidade do colaborador de desempenhar suas funções cotidianas.
O estudo da Reworked que eu citei na introdução revelou que a depressão está entre os maiores fatores que levam ao afastamento dos colaboradores, resultando em grandes perdas de produtividade para as empresas.
Assim, entre os sintomas estão o desânimo, falta de interesse em atividades antes prazerosas, fadiga extrema e sensação de inutilidade.
O transtorno do sono pode estar muitas vezes relacionado à ansiedade e ao estresse no trabalho.
A pressão constante por resultados pode fazer com que os colaboradores tenham dificuldades para relaxar, resultando em noites mal dormidas.
A falta de um sono reparador não só agrava os problemas de saúde mental no trabalho como também reduz drasticamente a produtividade, criando um ciclo prejudicial onde o trabalhador não consegue descansar adequadamente e, consequentemente, não consegue performar bem no dia seguinte.
Embora seja mais comum em ambientes de trabalho de alto risco, como forças de segurança e saúde, o TEPT pode ocorrer em qualquer cenário onde o trabalhador tenha passado por uma experiência altamente traumática.
Isso pode incluir ambientes tóxicos com assédio moral ou situações de extrema pressão que levam o colaborador a um estado de estresse crônico.
Pessoas com TEPT podem experimentar flashbacks, irritabilidade, distúrbios de sono e uma constante sensação de alerta.
O workaholism, ou vício em trabalho, é uma condição em que o colaborador sente a necessidade compulsiva de trabalhar excessivamente, muitas vezes a ponto de sacrificar a saúde física e mental.
Esse comportamento pode ser incentivado por culturas corporativas que glorificam a produtividade a qualquer custo.
Embora a princípio possa parecer positivo para a empresa, a longo prazo, a produtividade do indivíduo cai, e ele pode sofrer sérias consequências, como esgotamento e problemas de saúde.
Os dados são claros: um estudo da Reworked de 2023 mostrou que 80% dos líderes empresariais notaram um aumento significativo nas preocupações relacionadas à saúde mental no trabalho dos colaboradores após a pandemia.
Além disso, os custos relacionados à perda de produtividade devido à má saúde mental somam cerca de US$ 1 trilhão por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esses números demonstram que investir na saúde mental no trabalho não é apenas uma questão ética, mas também financeira.
Dessa forma, empresas que promovem um ambiente saudável, com programas de apoio e políticas que visam o bem-estar, conseguem aumentar a produtividade e reduzir o turnover, garantindo um clima organizacional mais positivo e sustentável.
Para que a boa saúde mental no trabalho faça parte do DNA da organização, é essencial que as ações sejam implementadas de maneira estruturada e contínua, permeando todos os níveis hierárquicos.
A seguir eu deixei algumas práticas que as organizações podem adotar para garantir que a saúde mental seja uma prioridade e assim evitar as doenças citadas anteriormente:
Uma das principais formas de incorporar a saúde mental no trabalho é cultivando uma cultura de apoio e empatia. Isso começa pelos líderes da empresa, que devem ser treinados para reconhecer sinais de estresse e sobrecarga em suas equipes.
Quando os gestores demonstram preocupação genuína com o bem-estar dos funcionários, a empresa cria um espaço onde os colaboradores se sentem à vontade para falar sobre suas dificuldades.
Além disso, promover um ambiente onde as conversas sobre saúde mental sejam encorajadas ajuda a desmistificar o tema. Isso pode ser feito com ações simples, como disponibilizar canais de comunicação confidenciais e seguros para que os funcionários possam procurar ajuda.
Oferecer programas de apoio psicológico e benefícios que incentivem o autocuidado é um passo importante para garantir que os colaboradores tenham acesso a recursos quando precisarem.
Muitas empresas já adotam Programas de Assistência ao Empregado (EAPs), que incluem acesso a psicólogos, terapeutas e conselheiros. Também é possível oferecer subsídios para terapias e atividades de bem-estar, como academias ou meditação.
O uso de ferramentas digitais também pode ser benéfico, como aplicativos de saúde mental no trabalho, meditação guiada ou até mesmo plataformas de coaching. Empresas como Grant Thornton, por exemplo, utilizam o app Happify para reduzir o estresse dos colaboradores.
Outro ponto crucial para o bem-estar mental dos funcionários é garantir um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
Flexibilizar horários e permitir regimes híbridos ou remotos são formas de ajudar os colaboradores a conciliarem melhor suas responsabilidades pessoais com as demandas do trabalho.
Estudos mostram que a flexibilidade no trabalho contribui significativamente para a redução do estresse e o aumento do engajamento dos funcionários.
Além disso, incentivar pausas regulares ao longo do dia e o uso adequado das férias pode ajudar a evitar o esgotamento.
Investir em treinamentos contínuos sobre saúde mental no trabalho para líderes e colaboradores é fundamental para que todos compreendam a importância do tema e saibam como lidar com situações de estresse ou crises.
Treinamentos focados em inteligência emocional, gestão de conflitos e resolução de problemas podem capacitar os gestores a apoiar melhor suas equipes.
Além disso, líderes devem ser treinados para criar ambientes inclusivos e respeitosos, onde os colaboradores se sintam seguros para falar sobre sua saúde mental no trabalho sem medo de retaliação ou estigma.
Por fim, as empresas podem implementar mecanismos para medir o bem-estar mental de seus colaboradores.
Pesquisas de clima e análises de engajamento são ferramentas que ajudam a identificar áreas que precisam de atenção e a ajustar as políticas da empresa de acordo com os feedbacks recebidos.
Algumas empresas também estão usando análises de sentimento com o auxílio de IA para monitorar o estado mental de seus funcionários, como o módulo de gestão de talentos do STRATWs One.
O módulo de Gestão de Talentos do STRATWs One é ideal para empresas que buscam promover uma maior saúde mental no trabalho.
Ele permite que os gestores tenham uma visão clara das habilidades, competências e necessidades de desenvolvimento de cada colaborador, o que facilita o acompanhamento do progresso individual e ajuda a identificar possíveis sinais de estresse ou esgotamento.
Além disso, com o STRATWs One, as empresas podem planejar e executar programas de desenvolvimento contínuo, oferecendo treinamentos em saúde mental, inteligência emocional e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A plataforma também possibilita a realização de pesquisas de clima e engajamento, fundamentais para medir o bem-estar dos colaboradores e ajustar as políticas internas de acordo com as necessidades identificadas.
Levando pessoas e empresas mais longe.
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